sexta-feira, 18 de março de 2011

O REGISTRO DAS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

ANELIZE, BRUNA, MAITÊ, SILVIA C. e VANESSA


Smole et al (2000) discutem sobre os diferentes tipos de registros: o registro oral; o registro pictórico e o registro textual.

O registro oral (SMOLE et al., 2000) é o registro mais natural da criança, pois ela utiliza sua língua materna. Nesse tipo de registro, a criança tem que explicar argumentando logicamente ao professor e colegas o que ela pensou, qual foi sua estratégia.

O registro pictórico - desenho da brincadeira - pode ter diversas funções como: lembrança do jogo, contar para alguém como foi a brincadeira (comunicação de idéias), controlar quantidades, planejamento de uma ação.

Nesse momento podem ser exploradas também diferentes técnicas de pintura e produções artísticas. O desenho pictórico não precisa ser exatamente de uma brincadeira, ele pode ser feito para registrar um momento de grande importância. Pode-se pedir que a criança desenhe um objeto, jogo ou brincadeira sem que a conheça, tentando imaginar como pode ser. É importante explorar nesse momento o trabalho em dupla ou equipes, até mesmo os pequenos, embora não tenham a representação simbólica de um determinado objeto eles podem dividir o mesmo espaço e material. Os maiores podem fazer discussões, realizando os registros juntos.

O registro pictórico faz a criança tomar consciência de sua ação, desenvolver a noção espacial e também a noção da proporcionalidade. O registro é a expressão da criança, seu olhar do mundo e da brincadeira que realizou. Smole (2000, p. 18) aponta que “este é um recurso adequado para podermos auxiliar a criança a registrar o que fez, o que foi significativo, tomar consciência de suas percepções”. No desenho muitos aspectos interessantes acontecem. Quando a criança começa a desenhar uma brincadeira, o movimento corporal é marcante, representado no desenho por “rabiscos circulares”, assim “a ponta do lápis funciona como uma ponte de comunicação entre o corpo e o papel” (SMOLLE, 2000, p. 18). Além disso, o desenho pode se tornar um jogo para a criança, sendo prazeroso. Então, por que o professor não utilizar desse prazer uma ”ponte” para um aprendizado mais significativo para as crianças? Chateau (1987, p.58) aponta que: ”uma das manifestações mais vivas desse amor a repetição encontra-se no desenho infantil que é um jogo de um gênero especial.” Na socialização de seus registros, as crianças questionam umas as outras sobre seus desenhos, sendo críticas.

No registro textual o professor assume o papel de escriba construindo um texto coletivo das regras e estratégias que sugiram durante a brincadeira a partir do registro oral. Esse registro é utilizado como lembrança das regras e pode ser retomado em diversos momentos. Os registros assumem papel duplo, pois são importantes para os alunos e também para os professores.

Esse registro pode acontecer naturalmente e as crianças nem precisam saber que ele está sendo feito, durante uma atividade, roda de conversa ou até mesmo uma brincadeira, enquanto as crianças dialogam, sejam entre elas ou com outros profissionais, os professores podem fazer registro dessas falas (escrevendo-as ou gravando-as). O interessante é realizar esse registro antes e durante as atividades, pois são nesses momentos que as crianças costumam compreender o que lhe é imposto, assim, sua fala durante a atividade pode ser diferente do seu conhecimento anterior. Isso fica ainda mais claro quando a fala das crianças é registrada corretamente, é possível observar palavras tais como, “Ah, era isso que você queria dizer”, “Agora eu entendi, funciona deste jeito”, “Quando você falou pensei de outra maneira”. As crianças menores, embora ainda não falem, ou não com tamanha coerência costumam deixar claro seu entendimento através de gestos, por isso é necessário que o professor seja observador, podendo descrever as diferentes maneiras que cada uma das crianças reagiu diante do proposto.

Para o professor, os registros podem se tornar um meio de avaliação para compreender o que a criança está pensando, analisando a evolução dos registros.

Assim, quando o professor tem os registros, sejam eles individuais ou coletivos escritos ou desenhados, podendo perceber os conhecimentos que seus alunos adquiriram durante o tempo em que estão sendo avaliados. Os desenhos, por exemplo, podem mostram formas e cores que não eram encontrados nos primeiros registros. As representações das pessoas e dos objetos e as formas que usam para representar cada um deles. Os professores avaliam assim não só os que as crianças sabem naquele determinado momento, mas o caminho que percorreram para chegar a tal conhecimento.



Referências:

SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; CÂNDIDO, Patrícia. Resolução de
Problemas. Editora Artmed, 2000

SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ignez; CÂNDIDO, Patrícia. Brincadeiras
infantis nas aulas de matemática. Editora Artmed, 2000, 84 p.

CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. Editora Summus, 1987,139 p.

Um comentário:

  1. Meninas, mto interessante este texto. Explorou a importância do registro e da escolha do professor de acordo com o momento e a turma. Além de explicar de maneira simples a definição dos vários tipos de registro.Parabéns!

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